terça-feira, 18 de março de 2008


Depois de anos em luta com folhas de papel monstruosamente em branco, acabei mesmo percebendo que desenho não é o canal exato para a expressão do meu pensamento.

A palavra sempre foi minha amiga. O desenho foi meu adversário. A palavra era minha ferramenta. O desenho, meu vilão.

Tentei decifrá-lo, mas tudo que consegui foi me perceber indecifrável.

Não é muito mais bonito o jogo de sons que transmitem uma idéia e levam seu pensamento, suas emoções a lugares surpreendentes? A palavra tem o dom de criar qualquer desenho em nossa mente. Ilimitada. Uma folha de papel só comporta um desenho por vez

Por exemplo: vou lhe sugerir uma palavra.

Praia.

Viu? Imediatamente, sua imaginação criou uma imagem de uma praia com o toque da sua própria criatividade.

Pronto, acabo de descobrir que perdi o controle sobre as imagens de novo. Eu não sei como é a praia que você pensou...

Mas vou ter que me acostumar.

Gostava da idéia de dominação sobre a criação, a forma é minha, a cor é minha, eu desenho e faço o que eu quiser com uma imagem. Se usar uma palavra, posso exprimir exatamente o que quero. Mas a imagem em sua mente, não posso saber.

Mas fica aí o registro. De que entendi que sempre tive uma amiga ao meu lado a qual eu compreendo e serve á minha vontade, mas sempre gostei de andar com o menino mal, que não me deixava manipulá-lo, mas era dominado por ele.

Interessante, como pensamos que uma coisa é uma coisa, depois ela não é mais. Pior quando achamos que ela nunca foi, mas não temos certeza. Horrível viver na incerteza.


Um comentário:

Inez disse...

A palavra é a maior e melhor ferramenta do homem, éatravés dela que expressamos sentimentos e ações.